PARTE 1 – 05/09
Nesse feriado de 07 de setembro, depois de muito planejamento, discussões, contratempos, nós conseguimos tirar no papel o projeto de fazermos uma viagem “longa” juntos pela primeira vez.
Somos um grupo de amigos que independente do tempo que nos conhecemos, temos buscado construir um tipo de amizade baseado na parceria, na vontade de alguma forma poder ser útil na vida um do outro. A afinidade é tanta que não precisamos nem falar, só de olhar na “fuça do peão” a gente já se entendeu.
Porém, nem tudo é unanimidade. Temos nossas opiniões, manias e independente de qualquer coisa temos experimentado os benefícios do respeito. Por mais que um não concorde com o outro a gente torce para que ao final dê tudo certo para o nosso amigo.
Qual o motivo de falar tudo isso antes?
Obviamente, quando vamos falar de moto as divergências se acentuam. Falar de moto entre a gente é “cada macaco no seu galho”. (rs)
Porém, o que tem prevalecido é a nossa amizade e todos os benefícios que o motociclismo tem nos proporcionado. E nessa, para nós o que importa é que nosso amigo está na estrada com a gente.
Não foi fácil organizar as coisas, esposa, filhos, trabalho, moto, grana… enfim… o projeto inicial éramos ir em 8 motos, mas ao final fomos em 5. Esses 3 fizeram muita falta.
Saímos dia 05/09 de Taboão da Serra – SP rumo ao Sul. Meus amigos me encabeçaram para eu ir à frente “ditando” o ritmo com a Royal Enfield Himalayan. Para mim, isso foi muito “pesado”, porque no nosso grupo teria motos de maior cilindrada e talvez o desempenho dos 411cc não correspondesse às expectativas do grupo e a exigência do roteiro que escolhemos. Porém, acabei aceitando a incumbência, haja visto que nesse quesito todos foram unânimes.
No objetivo era chegar em Morretes-PR, via Rastro da Serpente. Porém, não queríamos fazer só o “filé” entre Capão Bonito (250) e Apiaí (476). Nós queríamos fazer “Rastro” inteiro.
Iniciamos por São Roque, Ibiúna, Piedade e em São Miguel do Arcanjo fizemos a primeira parada, pois, algumas motos do grupo tinha uma baixa autonomia.
Em seguida partimos rumo a Capão Bonito, onde tem o famoso Porthal do Rastro da Serpente. Estava um calor absurdo. Tiramos algumas camadas de roupa, abastecemos as motos e almoçamos por ali.
Na sequência partimos para Apiaí. Realmente o trecho tem muita curva e é bem divertido.
Chegamos no destino, já com uma hora de atraso, porque percebemos que nossas paradas são demoradas, conversa vai, conversa vem, lá se foi um tempão.
Para nós a partir daí seria seguir direto para a Serra da Graciosa e não teríamos tantas surpresas. Engano nosso!
Seguimos Rumo a Ribeira e não parava de surgir curva… tinha curva dentro da curva (se é que me entendem (rs). Estava um final de tarde quente. Chegamos em Adrianópolis, divisa de SP com o PR, exaustos!!
Tomamos uma água, mais meia hora de papo furado e risadas e caímos na estrada. Passamos por Tunas, Bocaiuva do Sul e chegamos em Quatro Barras já escuro.
Todos nós fomos unanimes, o trecho do PR é bem mais legal que o trecho de SP. Mas ainda faltava estrada, o cansaço estava batendo forte. Mas tínhamos que continuar.
Como eu já conhecia um pouco a região, notei que o GPS do celular estava me direcionando por uma rota diferente do habitual. Ignoramos o GPS e fomos na direção que já tínhamos uma certa afinidade e seguimos as placas indicando a BR116.
Chegando na BR116 a rodovia estava fechada devido a um acidente, por isso o GPS estava ajustando a nossa rota. Não tinha como acessar Morretes pela rota tradicional. Seguimos então, rumo a Paranaguá de noite.
Aquela Serra da Graciosa estava com uma garoa forte, neblina e muito caminhão. Foi bem tenso. Lá pelas 20hs chegamos na Pousada Solar de Maria. Tomamos um banho e ainda fomos procurar um lugar para jantar, pois, devido à pandemia muita coisa estava fechada ou com restrições.
A sensação de termos vencido o primeiro dia, nos encheu de alegria. Foram aproximadamente 600km em 12 horas de moto.
Fomos dormir ansiosos para o que estava por vir no segundo dia.
Adventure Trail Sobre 2 Rodas
Sergio Buzelli – Royal Enfield Himalayan
Fernando Dias – Suzuki Intruder 250
Ismael Maria – Ducati Monster 797
Lorenzo Salazar – HD 883
Saulo Moreno – BMW 650 GS