Fazia muito tempo que um amigo falava da Volta dos 80, um trecho circular que sai e volta de Itamonte, MG, passando pela área do Parque Nacional do Itatiaia. Depois de muitas enrolações e promessas furadas de última hora, conseguimos marcar uma data! Apesar de muita gente dizer que iria participar desse passeio, a maioria desistiu na véspera por causa de uma improvável chuva.
Enfim, apenas os mineiros encararam o desafio! Mantivemos o passeio apesar das previsões pouco confiáveis do Google! Marcamos o ponto de encontro no posto em São Lourenço, onde encontrei com o pessoal que mora nesta cidade. Arrumei um parceiro que iria encarar o asfalto até a Garganta do Registro, ponto onde deixaríamos a rodovia e para pegar a estradinha para o Parque do Itatiaia.
Formamos um grupo bem eclético: uma R1200 triple black, uma Tiger Explorer XCx (linda moto), uma Himalayan (a gloriosa Eva), uma Africa Twin (enfim alguém com essa moto no grupo) e uma XT1200, a famosa mas rara Super Ténéré.
Paramos na Garganta do Registro para o pessoal das Big Trails baixarem a pressão dos pneus. Com a Eva, isso só é necessário em casos extremos, então fiquei assistindo a cena. Em seguida, nos despedimos da Super Ténéré, e subimos no sentido ao parque.
A estrada por ali estava bem ruim, do jeito que a Eva gosta. São em lugares assim que essa moto se destaca e a subida foi pura diversão. Paramos num numa ponte com uma bela vista para o vale, que mereceu um registro.
Subimos mais um tanto bom, mas deixamos o percurso principal antes de chegar na entrada do parque e começamos a descer. E que descida! A estradinha era uma baita pirambeira, com curvas bem fechadas! Ainda bem que ela estava bem cuidada e não tivemos problemas até chegar num vale com algumas casinhas e pousadas.
Aqui a Africa Twin merece um destaque. Pude observar que, apesar da moto ser grande, ela deu muita segurança na terra para o piloto. Isso ficou bem evidente para mim, pois passei grande parte do tempo andando atrás dela e não vi nenhuma escorregada feia, ou desequilíbrio, mesmo em baixa velocidade. A moto me pareceu realmente bem acertada para estes terrenos. É mais acertada que a Eva? Aí, eu já não sei dizer.
Rodamos mais um pouco morro abaixo e depois começamos a subir para o ápice do passeio: a Cachoeira da Fragária!
Fizemos um lanche rápido ali, mas logo em seguida chegamos num vilarejo minúsculo, chamado de Campo Redondo, um daqueles lugarzinhos onde andar de moto sem capacete é uma obrigação moral. Lá também encontramos uma igreja com um relógio que fica extremamente preciso duas vezes ao dia!
O barzinho até que era bacana e conseguimos uma porção de linguiça e uns pedaços de truta. Não matou a fome, mas deu uma boa disfarçada. Seguimos em frente, ou melhor, abaixo, até atingirmos a estrada de Itamonte – Alagoa, esta última famosa pelo queijo parecido com parmesão, já premiado mundo afora. Subimos até a chamada “janela” para vermos o vale de Alagoa de cima.
De lá, descemos novamente para Itamonte, completando os 80 km da tal Volta dos 80! Fomos recepcionados por uma chuva rápida, que só serviu para a gente sentir um pouco de frio.
Final de mais um belo passeio, com excelente companhia e belíssimas paisagens, a bordo da grande Eva, que segue realizando a sua tarefa de tornar os meus passeios pelas estradas de terra cada vez mais legais.