Poconé foi fundada por Luiz de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres, em 1777, após ouro ter sido descoberto. Seu primeiro nome foi Beripoconé, nome proveniente de uma tribo indígena que habitava a região, este vocábulo indígena significa ‘Cidade das Capivaras’. Em 21 de janeiro de 1781, sob ordens de Luís de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres, Antonio José Pinto de Figueiredo criou a Ata de fundação do Arraial de São Pedro d’El Rey. O nome Arraial de Beripoconé não foi usado pelo gentílico ser considerado bárbaro, derivando do gentio ‘habitou nesta paragem’.
Em 25 de outubro de 1831, o Decreto Geral do governo regencial criou o município, junto com seus limites políticos atuais, de Villa de Poconé, o último nome sendo uma modificação do nome original. Neste decreto, ocorreu pela primeira vez a designação de limites em ato de criação de município em Mato Grosso. Em 1 de julho de 1863, Poconé recebeu o estatuto de cidade via Lei Provincial.
Banhada pelos rios Cuiabá e Paraguai, Poconé é o principal acesso para a lendária estrada-parque Transpantaneira, porta de entrada para o Pantanal Matogrossense. A via de terra, que termina em Porto Jofre (MS), tem 149 quilômetros de extensão salpicados por fazendas, pousadas rurais, pontes de madeira – são mais de cem – e muitos animais típicos.
A melhor época para desbravar a região é entre os meses de maio e setembro, período de seca, quando os bichos ficam próximos às lagoas formadas pelas águas dos rios, repletas de aguapés e de pescadores. Aproveite para se hospedar nos hotéis na beira da estrada ou passar o dia em algum deles. Em quase todos é possível fazer passeios de barco além de curtir as trilhas e as cavalgadas para acompanhar espécies como araras, jacarés e tuiuiús, que ficam a poucos metros dos visitantes.
Antes de pegar a estrada rumo ao Pantanal, circule pelo colorido centro histórico de Poconé. Aproveite para degustar o saboroso bolinho de arroz, típico da cidade, feito com arroz socado no pilão, mandioca, açúcar, manteiga, coco ralado, leite e canela. Doce, remete aos bolinhos de chuva tradicionais do Sudeste. Não deixe de aproveitar o almoço delicioso servido pelo Restaurante e Peixaria Ribeiro.
No mês de junho, a cidade é uma festa só em comemoração ao dia de São Sebastião. Na programação estão as tradicionais Cavalhadas – encenações medievais com direito a armaduras e bandeiras coloridas – e apresentações dos Mascarados, grupo de dança folclórica com participação apenas de homens, que capricham nos passos e nos acessórios que cobrem todo o corpo.
Apesar da falta de infraestrutura, de enfrentar problemas como todas as cidades interioranas do Estado de Mato Grosso, o bem mais precioso deste município localizado a 94 km de Cuiabá é com certeza o seu povo. Acolhedor e de boa conversa, qualquer um sente-se em casa!